sábado, 27 de novembro de 2010

Dentro de mim mesma...

Deixei de lado minhas defesas pra ver o sol nascer

Dentro do meu quarto escuro há novamente uma fresta de luz

Consigo ver pela janela pessoas andando depressa

Talvez estejam atrasadas para algo

Outras conversando entusiasmadamente

Como se fosse reproduzir com o gesticular das mãos

Algumas crianças brincavam na rua como se nada mais importasse ali

Uma garota mais no canto da rua

Sentada em um dos bancos que havia no lugar

Parecia estar em outro mundo, submersa em seus pensamentos...

Às vezes suspirava tão forte,

Que ate se podia ouvir as batidas fracas de seu coração

Outrora algumas lágrimas caiam vergonhosamente de seus olhos

E logo as secava rapidamente, parecia que não queria que ninguém as visse

Tive vontade de descer lá e falar com a tal garota

Perguntar se gostaria conversar ou algo do tipo,

Porém não tive coragem...

Continuei observando cada movimento seu, que eram minuciosos...

Talvez ela não tivesse força para levantar dalí,

Ou estivesse esperando alguém...

Quando começou a escurecer,

Me dei conta do tempo que eu estava ali de pé na janela

A rua estava quase deserta, as crianças já deviam ter ido pra suas casas

Os estabelecimentos estavam quase todos fechados

Mas a garota ainda estava sentada naquele banco

Da mesma forma o tempo todo...

Só que agora já não se preocupava mais,

Com as lágrimas que escorriam em sua face...

A garota me parecia tão intima, tão particular, tão eu...

Seus cabelos, sua pele, suas formas, eram as minhas...

Fechei os olhos e sentei ao chão,

Parecendo me recolher em mim mesma...

Com os olhos fechados ainda a observava

Em seu banco naquela rua...

Dentro de mim... Ela estava... Eu estava...

Vi que a mesma era única e explicitamente meu reflexo...

As lágrimas que tentava esconder eram seus tormentos e suas aflições

Que depois de algum tempo não se importava mais com aquilo,

E deixava que todos pudessem ver seu sofrimento...

Não via a vida passar, pois estava tão alienada em confusões internas...

Mas por incrível que pareça, a luz do sol voltou a bater na janela...

Levantei-me depressa pra ver lá fora novamente...

As pessoas andando rapidamente, outras conversando, as crianças brincando...

E a mesma garota, no banco, mas agora estava diferente, liberta...

Seus olhos limpos, sua face presenteava com um largo sorriso...

Cumprimentava com um sincero bom dia aqueles que passavam

E pelo qual retribuíam com o mesmo vapor...

Derrepente uma menina, que não deveria ter mais de seis anos...

Colocara em uma de suas mãos três pequenas rosas com um sorriso,

E a puxou para brincar com os demais...

A garota se levanta e vai onde as crianças estão,

Entra na roda de ciranda como se tivesse não mais de dez anos...

E os mesmos não se importando com sua idade,

Nem com seu tamanho de adulta, a incluem sem questionamentos...

Fazendo dela uma nova e querida amiga...

Em somente um lugar...

Dentro de mim mesma...

(Emily Santana Limonges)

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