domingo, 24 de julho de 2011

Abstinência



Não dá para esquecer o brilho dos seus olhos
E muito menos o timbre forte de sua voz
Já não aguento mais ficar aqui sozinha
Rodeada de pessoas, mas mesmo assim, sozinha.

Outro dia pensei em como seria a nossa vida
Será que o nosso pacto de eternidade
Iria de fato se perpetuar?
Ou cada uma seguiria enfim, seus próprios caminhos?

Acordo pensando em desistir
Mas algo, ou até você, me força a suportar
A suportar essa dor, um dia mais.
E assim vivo, ou melhor, sobrevivo.

Eu realmente gostaria de dormir
E acordar onde você está
Poderia nem ficar muito
Bastaria apenas te ver

Desde o dia que partiu
Estou sem minhas doses diárias de você
E confesso, em abstinência estou.
Infelizmente não é uma abstinência comum

Abstinência essa que tira todas as minhas forças
Implanta lágrimas em minha face
Uma solidão amarga nos meus dias
E dor, muita no meu coração.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Entreter/Satisfazer


A dor para satisfazer

Solidão para entreter


O escuro para satisfazer

A luz para entreter


Um livro para satisfazer

O óbvio para entreter


Um dinheiro para satisfazer

A fome para entreter


A música para satisfazer

A insanidade para entreter


Paixão para satisfazer

A ilusão para entreter


A vida para entreter

A morte para satisfazer



( não sei por que ainda leêm essas coisas ridículas que escrevo)

sábado, 2 de julho de 2011

Apenas mais um desabafo!




Meu peito ainda dói, mas agora é uma dor diferente. Não no tamanho ou na intensidade, apenas diferente. Antes de dormir repetidamente faço a mesma prece. Por final, peço que Deus te ilumine e que nunca a deixe sozinha. Não há um segundo que não estás em meu pensamento. Minha cabeça a muito não está em simetria com meu coração, enquanto um quer deixá-la ir, o outro se nega sem margem pra qualquer indagação. Sei que é preciso aceitar sua ida, para assim te deixar partir...

Agora pensando calmamente, deixei de te falar tantas coisas que engrandecesse sua importância, e isso machuca... Gostaria de ter dito que sempre acreditei em você, gostaria de ter dito que você era meu único motivo para acordar todos os dias, gostaria de ter dito que não chegaria a lugar nenhum sem você... Se eu tivesse dito, você ainda estaria aqui? Desconfio que sim...

Não choro mais. Agradaria-te saber disso?

Iniludível era o nosso amor, alguma vez sentiste dúvidas disso?

Quantas vezes deixei de te escutar, quantas vezes me deixei levar pela raiva, e não percebi o quão singelo era aquele olhar confuso...

Não sou de me arrepender das coisas que faço, você sabe. Mas agora, um turbilhão de sentimentos, frustrações, trepidações em cada minuciosa parte de meu corpo me faz pensar. Me arrependo de muitas coisas, e umas das coisas é que todas minhas lembranças me convencem que não te dei o valor que realmente merecia...

E por isso,

Estou disposta a te deixar ir, mas antes, me traga a paz do seu perdão...

Para que você siga, e eu viva em paz...