sábado, 18 de junho de 2011

Vou ficando por aqui...


Saudade tão diferente senti-la desse ângulo, a muito pensei não existir dor maior que a saudade, ainda penso assim. Outrora, penso que não faz sentido sentir saudades. E pior, não faz sentido fazer a saudade doer tanto assim. Mas posso escolher como devo me sentir? Quem sabe. Meu inconsciente grita pelo seu nome, clama pela tua voz, suplica pela tua presença. Por favor, alguém diga a ele que você não vai voltar. Pois a todo o momento eu tento informar-lhe disso, mas parece que nem eu acredito muito. Ainda não consigo compreender sua ida repentina, sua ida pra tão longe, uma ida sem volta. Quando penso em ti, é como se ainda estivesse aqui. Como escutar a cabeça, se o coração faz tanto barulho... Já não consigo! E quando começo a cair em mim, meus olhos se enchem de obscuridade me negando qualquer tipo de aceitação. Um dia tive medo da morte, mas me dói em dizer que agora ela é um ideal. Essas discrepâncias gladiando dentro do meu peito me causam profundo desespero. Há dias releio suas cartas, analisando minuciosamente sua caligrafia em letras de forma, as letras desleixadas, sua forma única de impor palavras erradas sem me deixar incomodada com isso. A forma de despedires no papel com um simples “Vou ficando por aqui, fique bem...”, me fez imaginar novamente a sua despedida da minha vida dizendo “ Agora somente você, vai ficando por aqui. Fique bem...”.

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