“Sabedoria não é saber pra onde ir e sim saber pra onde não se deve voltar.” -Caio A. Leite
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Abstrair-me ...
sábado, 18 de junho de 2011
Vou ficando por aqui...
Saudade tão diferente senti-la desse ângulo, a muito pensei não existir dor maior que a saudade, ainda penso assim. Outrora, penso que não faz sentido sentir saudades. E pior, não faz sentido fazer a saudade doer tanto assim. Mas posso escolher como devo me sentir? Quem sabe. Meu inconsciente grita pelo seu nome, clama pela tua voz, suplica pela tua presença. Por favor, alguém diga a ele que você não vai voltar. Pois a todo o momento eu tento informar-lhe disso, mas parece que nem eu acredito muito. Ainda não consigo compreender sua ida repentina, sua ida pra tão longe, uma ida sem volta. Quando penso em ti, é como se ainda estivesse aqui. Como escutar a cabeça, se o coração faz tanto barulho... Já não consigo! E quando começo a cair em mim, meus olhos se enchem de obscuridade me negando qualquer tipo de aceitação. Um dia tive medo da morte, mas me dói em dizer que agora ela é um ideal. Essas discrepâncias gladiando dentro do meu peito me causam profundo desespero. Há dias releio suas cartas, analisando minuciosamente sua caligrafia em letras de forma, as letras desleixadas, sua forma única de impor palavras erradas sem me deixar incomodada com isso. A forma de despedires no papel com um simples “Vou ficando por aqui, fique bem...”, me fez imaginar novamente a sua despedida da minha vida dizendo “ Agora somente você, vai ficando por aqui. Fique bem...”.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Mais um vazio deixará...
Saberás localizar-me diante da dor
Suavemente mortal, me sinto a delirar...
Conseguirei seguir novamente sem rancor?
Ou continuarei sempre a sangrar?
Memória póstuma assim será
Foste sem despedir-te e sem exclamações
E essa ausência furtará
Suas últimas recordações
Olhar para um futuro vasto
E um passado ligeiramente curto
Impondo a mim um dia nefasto
Impulsionando-me a um notório surto
A sobriedade me tem com a saudade
Daquilo que vivemos antes
Daquilo que viveríamos depois
Daquilo que não deu tempo de viver, pois se foi...
Oh parta de mim tristeza insolente
Suportarei só mais um dia, mas amanhã quero que se vá!
Saia assim tão completamente...
Pois quem sabe, mais um vazio deixará...
terça-feira, 7 de junho de 2011
Definhar-me
Vejo as estrelas caindo no espaço
Uma luz estridente erradia sempre
Me mostra que a cada dia tudo é mais vago
Quando penso que a dor foi embora
A saudade vem em forma de faca dilacerar-me a alma
Restaram apenas lembranças que outrora
Trazia cor para o meu mundo
Olho pro futuro que fazíamos no passado
Se desfazendo em espasmos
Tudo que um dia fora conjugado
Está agora alagado
Experimento aqui a pior de todas as dores
A dor de poder ter dito
A dor de poder ter feito
Peço todos os dias que a dor vá embora
Mas ela não me deixa...
Minhas lágrimas já não pedem permissão para cair
Não sei o que fazer
Se me desfaço de tudo que me lembra você
Ou se me apego mais a elas...
Te dizia que se morresse antes de mim
Eu morreria de tristeza...
E no mesmo momento prometeste a mim
Que jamais me deixaria...
Agora que se foi
Vejo a tristeza definhar-me
Não achei que fosse capaz disso
Mas agora já estou entregue a ela...