terça-feira, 30 de agosto de 2011

Muito fácil...



È muito difícil ter a tristeza como fiel companheira

É muito difícil ter a solidão como braço direito

É muito difícil viver como quem não espera nada nisso

É muito difícil caminhar sozinho em lugares estranhos

É muito difícil acreditar num futuro que faz questão de esfregar na sua cara que não tem mais jeito, desista!

É muito difícil sorrir quando o desejo maior é chorar e não se importar com mais nada

É muito difícil fingir estar bem para não fazer as pessoas em volta sofrerem

É muito difícil...

Mas é muito fácil enganar a tristeza com coisas fúteis

É muito fácil ter uma solidão acompanhada

É muito fácil acreditar que há sempre algo de bom nisso

É muito fácil caminhar sozinho ansiando conhecer novas coisas

É muito fácil bater de frente com o futuro incerto e dizer que sempre há outro jeito

É muito fácil colocar um sorriso falso no rosto e esperando que um dia ele seja sincero

É muito fácil fingir estar bem com as pessoas que o amam e no final, de fato estar.


É muito difícil andar nos trilhos desejando que um trem passe... Porém, é muito fácil levantar a cabeça e acreditar que não pode e nem deve, acabar ali.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ahhh... poetas...



Li em vários lugares que os poetas nasceram para serem solitários

Quem em sã consciência encararia um poeta com suas frustrações e confusões diárias?

Sua ânsia por inspiração, ora triste, outrora irritantemente feliz...

Poetas, generalizadamente, têm transtorno bipolar!

Poetas têm como companhia maior, a solidão.

E ficam extremamente irritados, quando algo, ou alguém, a rouba.

Poetas respiram rimas e comem historias!

Fuja dos poetas e poetisas!

Ele será capaz de matá-lo(a) ( em mente ) para ter inspiração.

Poetas são seres superiores, a tudo que se vê.

Poesia é um dom!

Admirável são seus amantes!

A delicia de transpor verdades reinventadas no papel

Com o intuito de crescer, mesmo que pelo lado de dentro.

Como entende-los?

Como dizia Clarice: É uma questão de sentir...

Mas nada melhor do que amar um poeta.

Nada melhor que viver dias em rimas cantadas

Declarações enfeitiçadas com a leveza do ser.

E sentir-se de mãos completamente atadas

Em seu inenarrável prazer!

domingo, 7 de agosto de 2011

Trecho do livro "Cartas - Caio Fernando Abreu"

[...]Eu descobri que a gente morre. Eu sei agora que
a gente morre. E achei feio, achei tristésimo, achei o corpo humano tão frágil, tão
perecível. Fiquei doente, estou fraco, frágil, choro pelos cantos. Voltei à terapia,
estou remexendo coisas fundas, dolorosas, meio perdido, com uns problemas
difíceis, materiais, de grana, de saúde, de solidão. E escolhendo não morrer,
escolhendo continuar, de uma forma ainda meio cega, tortuosa, não-racional.[...]

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Carta a Adelaide Amaral em 29 de outubro de 1984.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Conversa com a tal garota solitária...


Às vezes tento conversar, com uma tal garota sempre solitária.

Na cama macia, ela consegue sentir apenas pregos atravessando sua alma.

Incrível como em tudo sentir apenas dor,

Diz ela que respirar dói, falar dói, piscar dói, lembrar dói...

Como entendê-la sem julgá-la?

Sem dizer um mísero “acorda pra vida, menina!”

Eu a entendo, mesmo sem especular.

Ela me diz que já não sente vontade de viver, e muito menos de sobreviver.

Às vezes com muito esforço, faço com que ela converse sobre tudo.

Outro dia, me disse, que a sua história de amor teve começo, meio...

E um trágico fim.

Fim esse, pior do que todos os fins que ela podia ter imaginado um dia.

É difícil conversar com ela.

Quando ela começa a falar, na terceira palavra já está debulhada em lágrimas.

Como posso ajudá-la? Diz ela, que eu não ajudaria sentindo pena.

Meu eu, sem experiências nenhuma, tenta confortá-la.

Digo que tudo isso que ela está sentindo, com o tempo se amenizará.

Mas quem sou eu dizendo essas coisas? Estou eu insultando-a.

Ela diz que se pudesse, daria a própria vida para reverter tal fato.

Ela diz que não importa o que falam, ou o que ela faça, nada, nada tira essa dor

Constante de dentre do seu peito.

Pedi a ela que descrevesse tal sensação e dor, sem me compreender completamente,

Ela tentou e disse: Minha dor faz me imaginar morta mesmo respirando, faz sentir frio com lembranças, sinto meu peito dilacerar e flamejar em pó, sinto que é somente uma questão de tempo, para a tristeza enfim, me consumir.

Com a boca cerrada, me levanto e saio andando, antes que ela perceba minha face repleta de pena e angústia.