quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Eterna criança ...



Como as coisas passam tão rápido

Ainda me lembro das coleções de bonecas empilhadas no canto do quarto

Dos inúmeros ursinhos de pelúcia amontoados em cima da cama

Da alegria de levantar cedinho apenas para brincar...

De sempre orar para dormir depois de assistir algum filme de terror

Que escovar os dentes e tomar banho acabava virando uma grande festa

De como minha mãe se intertia escolhendo um vestido para mim

De pegar os sapatos dos adultos e sair desfilando pela casa

Sentindo-me a melhor criança do mundo

Dos desenhos que passava horas pintando com lápis de cor

Os estragos que eu fazia nos esmaltes e maquiagens

De como eu chorei e chamei pela minha mãe no primeiro dia de aula

Do primeiro amor platônico... Era tão bom esse sentimento...

Amar calada, e sentir a barriga gelar só de ver passar

Das cartinhas anônimas de amor...

Dos incontáveis “caderninhos de perguntas” que tive...

De como era dolorido brigar com a melhor e única amiga

Depois de odiar tanto, nos minutos seguintes fazer as pazes

E jurar que nunca mais iríamos brigar novamente...

O primeiro beijo...

Sentir a mão suar, e começar a tremer sem sentido

Beijo era algo estranho que batia os dentes rs

Mas mesmo assim não deixava de ser lindo...

A primeira vez que o coração partiu...

Algo parecido com peito dilacerado lágrimas incessantes que nunca acabaria

Mas que depois de alguns dias não se importava mais...

Mas isso tudo ficou para trás

Essas mínimas coisas é que realmente valeu a pena

Coisas que possa passar muitos anos, mas sempre vamos lembrar

Por que vivê-las já será tarde demais

Muitas saudades, se pudesse sonharia todas as noites com minha infância

Hoje posso dizer, ser criança é sublime...

Que ser adulto não é nada assim estupendo como pensávamos que seria

E se criança sonhávamos em ser adultos

Quando adultos queríamos ser uma eterna criança....

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sonolência perturbante ...

Dignamente incapacitada de ir além disso

Penumbra corta-me em tiras incessantes

Fazendo-me ajoelhar e adormecer onde estou

Laços e fitas flutuam no ar como se seguissem ritmos musicais

No céu as nuvens em suas varias formas e faces se montam

Pássaros que seguem em sua geometria particular

As folhas das árvores sendo regidas pelo vento se comprimem com agilidade

Sensação que tudo me observam, lêem meu pensamento

E cochicham entre si

Meu peito acelerado me avisa aflição

Minhas mãos gélidas, minha pele calva, olhos lacrimejados

Colocam-me entre a cruz e a espada dentro do latifúndio da minha própria alma

Sentimentos agora que não fazem sentido algum

Se existem é apenas confusão ou frustração

Minha vontade de gritar, é o que esta me deixando cada vez mais muda

E essa dor, de onde vem? Por que vem?

Fecho novamente meus olhos

Constelações de borboletas ilusórias pairam similares

O labirinto que corre em minhas veias se choca

Causando explosões que me abalam cruelmente

Essa sonolência perturbante não se ausenta

Talvez um dia ela resolva ir, ou me levar de uma vez...

(Emily Santana Limonges)